segunda-feira, 27 de agosto de 2012

ABERTURA ÁS ROLAS 2012 - 2ª JORNADA

2ª Jornada -26-08-12
Embora a contragosto e porque as circunstâncias assim o determinam (mais uma falta do escrivão mor) vejo-me, mais uma vez, na obrigação de relatar aos leitores as peripécias de mais uma caçada na nossa associação.
Depois de uma brilhante primeira jornada às rolas e constatado o facto de o número de exemplares cobrados corresponder ao recenseamento efetuado dias antes (só faltavam duas) as expetativas não seriam as melhores. Por outro lado verificaram-se as
primeiras desistências tendo diminuído para doze o número de renitentes caçarretas que se apresentaram à chamada, cumprindo as regras e os horários estabelecidos. Significativo, para além das faltas de alguns habituais incluindo o Presidente, eventualmente por não poder, no imediato, cumprir os tais direitos adquiridos a que me referi na última crónica, foi a dedicação que alguns associados e até um “mochileiro” demonstraram, não nas suas convicções religiosas (não perderam um segundo das Festas de Bartolomeu) mas na sua dedicação às atividades cinegéticas, não tendo” pregado olho”. Outros não terão, na semana anterior, tida a mesma coragem.
Com estes exemplos procedemos à rotina habitual: deslocação para o local, colocação das portas, preparação de abrigos, retirada dos cadeados das armas e a espera habitual, momento de expetativa em que as palavras são esquecidas, a visão e a audição atingem níveis incomensuráveis e os silêncios são ricos de movimentos, sons e cheiros dos quais habitualmente não nos apercebemos.
Conforme previsto as aves tardaram a aparecer, eram poucas mas mesmo assim superavam as previsões do recenseamento. Diria que é mais uma situação normal neste país, os números raramente coincidem.
Resumindo: poucas aves, poucos tiros e uma outra rajada provocada por alguma rolita mais sabida e atrevida que, em alta velocidade, passava vertiginosamente descarregando as escopetas da rapaziada. É nesta altura que acontece o primeiro incidente. Um dos companheiros, provavelmente debilitado pelo cansaço de tão longa espera exclama: “ Tanto tiro!?….Deve ser algum javali voador!”. Viria mais tarde a comprovar-se que o dito era efetivamente uma columbina que viria a sucumbir, não pelos ferimentos, mas sim pela quantidade de chumbo que transportava no dorso. Entretanto o “mochileiro”, que por esta altura estava bem desperto, procurava meticulosamente no meio dos “calitros” uma outra rola que supostamente por ali tinha” aterrado”. Apesar do esforço a dita nunca seria encontrada e eis que no seu regresso e consciente das suas responsabilidades, num rasgo de audácia e valentia lança-se sobre um inofensivo láparo que pacificamente dormitava junto a um pequeno balseiro. A” luta” foi terrível, o bicho escapuliu-se e , para além dos arranhões no cromado de uma das mãos, ainda foi chamado a atenção por não ser ainda permitido caçar coelhos com a agravante de o tentar fazer à mão. Esclareço que não foi o bicharoco que arranhou o atrevido, foi o balseiro que se limitou a defender-se pelo que se aconselha a utilização de luvas quando se realizam trabalhos manuais perigosos.
Pouco passaria das nove horas e trinta minutos quando foi dada por terminada a caçada. Para que conste as expetativas foram superadas pois, embora só tivessem escapado duas rolas na abertura, ainda foram cobradas sete, quantidade considerada adequada para o aperitivo que se seguiria.
É frequente ouvirmos sentenciar: “Estamos sempre a aprender” e , nestas coisas da caça, discute-se tudo e mais alguma coisa por vezes sem qualquer fundamento e ou base cientifica. Há no entanto pessoas dedicadas que atingem um grau de especialização absolutamente extraordinário.
Vem isto a propósito de uma recente descoberta sobre o declínio das espécies cinegéticas, nomeadamente a rola comum. Como sabemos nidifica (ainda!) no nosso país e ao que parece serão as águias que, sem dó nem piedade, as dizimam. Nas recentes observações de um especialista, foram detetados a cerca de (30) trinta metros da antiga escola do Vale da Gama, no meio de um punhado de eucaliptos, vários montes de penas de rolas que claramente indiciam os repastos das referidas rapinas. Não sabemos ainda se será apenas uma que dia a dia vai fazendo o seu montinho ou se se tratou de algum encontro anual que ali tenha sido realizado. Nós, enquanto parte interessada nestas coisas da fauna aguardamos calmamente o evoluir das investigações e quem sabe se num futuro próximo poderemos concluir, inequivocamente, serem as águias as verdadeiras culpadas da escassez de rolas.
De volta á zona de concentração procedemos às ações necessárias para confecionar o aperitivo (rolas grelhadas) a que seguiria um churrasco que completaria o nosso almoço desta segunda jornada de caça.
Embora com poucas presenças este foi, sem dúvida, um dos almoços mais animados de que me recordo desde que existe esta associação. Boa disposição, histórias de caça e um convívio saudável, e muito animado em que não faltaram as loiras fresquinhas e um tinto “Ocresa” de um conhecido produtor local que igualmente produz o já famoso “Terras do Gama”. As rolas estavam espantosamente gostosas e o frango de churrasco embora suspeito, por apresentar características eventualmente decorrentes de experiências científicas ou mutações genéticas (pescoços anormalmente longos e poucas pernas para tanto frango), viria a ter o mesmo fim dos passarinhos que escaparam às águias.
Não poderia terminar este relato sem vos contar a história do lendário Jolim, o melhor cão de parar de que à memória a sul do sistema montanhoso Montejunto-Estrela.
Era um animal aparente vulgar, meigo, “fato justo”, de cor indefinida orelha comprida e cauda em constante movimento que usava com mestria para afugentar os sempre incómodos insetos. Ninguém daria, ao tempo, uma notinha de Santo António pelos seus serviços apesar das qualidades que o seu proprietário teimava em evidenciar em tudo o que eram conversas de índole cinegética.
Silva, assim se chamava o dono do extraordinário animal, afastado das lidas da caça por força dos inúmeros invernos e do desaparecimento prematuro do seu fiel amigo, contava com alguma frequência a tristeza que ainda sentia quando, à 10 anos atrás, numa das suas últimas aberturas, se deu conta do desaparecimento do Jolim. Tudo aconteceu quando em perseguição de uma lebre que mais parecia um cabrito, segundo o seu próprio testemunho, ambos desapareceram sem deixar rasto e, apesar de todos os esforços, nem lebre nem Jolim foram encontrados. Apesar da tristeza, o Silva não desistiu e, no ano seguinte, voltaria à prática do seu desporto favorito embora sem o seu insubstituível companheiro de tantas jornadas. Até tinha um canito mas, frequentemente dizia-lhe: ”Então não entras nas balsas? está bem !Segura aí na espingarda que eu vou lá…” Está visto que este nada tinha a ver com o seu Jolim. Inadvertidamente ou talvez não, no dia em que deixou de caçar dirigiu-se para a zona onde tinha perdido o seu Jolim e, surpresa das surpresas, junto a uma enorme carqueja depara-se com o esqueleto da lebre e do seu Jolim ainda em posição de paragem.
Uma lágrima marota correu-lhe pelo rosto e disse:” Aqui e agora acaba para mim a caça”, calmamente afastou-se e sentenciou: “Era sem dúvida o melhor cão de parar deste mundo e arredores”
Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.


PS- E não é que apareceu o bolo de mel!!!!?? Mesmo sem o staff ter lido a crónica da primeira jornada.


Boas caçadas
zeg















sexta-feira, 24 de agosto de 2012

ABERTURA ÁS ROLAS 2012

Agosto 2012

Tarde e a más horas! Diriam alguns dos meus amigos, no momento em que me disponho a escrever algumas linhas sobre a primeira jornada/ convívio da época cinegética 2012/2013.
Têm toda a razão. Na verdade e embora goste de escrever, preciso de encontrar o tempo próprio para o fazer tentando transmitir, com rigor mas também com alguma ”cor”, as peripécias deste aperitivo cinegético – Abertura às migradoras- Rolas, Pombos. Patos…… e outros.
19 de agosto, 4horas e cinquenta minutos, saio de casa devidamente equipado e preparado para qualquer eventualidade, sabendo de antemão que está garantido o convívio entre alguns (?) amigos desta associação de caçadores que persiste, apesar de todas as contrariedades e muitas incompreensões, em interagir respeitosamente com a flora e fauna locais. Dois minutos depois estou junto do meu parceiro de viagem, Abilio Diogo, que junto à sua residência aguardava paulatinamente a minha chegada.
Iniciámos de imediato a deslocação para o ponto de encontro cumprindo escrupulosamente o horário estabelecido e, após o reencontro entre velhos amigos, os procedimentos da praxe e o cafezinho madrugador (para abrir os olhos), deslocámo-nos para os locais previamente estipulados.
Madrugada calma, tempo limpo e fresco, sem vento mas que aparentava, após uma observação atenta no lusco-fusco matinal, a existência a norte de uma neblina que viria a condicionar a nossa visibilidade. Colocados nas portas e preparados os abrigos, iniciámos então uma longa espera aguardando pelo primeiro tiro denunciador da existência das famosas columbinas.
Rompeu a manhã e, com ela, instalou-se sobre nós um “manto nebuloso” persistente que limitou seriamente a nossa visibilidade aliando-se aos “visitantes”, pombos e rolas, que ansiosamente esperávamos. Ao longe, talvez na zona de Belver, ouviram-se os primeiros tiros e só passado algum tempo soou repentinamente o primeiro tiro na nossa zona quebrando a monotonia instalada que rapidamente se transformou num perscrutar atento do horizonte possível. A coberto da neblina lá foram entrando alguns “pássaros” que com maior ou menor dificuldade foram sendo cobrados pelos nossos especialistas. Estranhamente, talvez ilusão de ótica devido à pouca visibilidade, terá sido avistado um cão nas imediações suspeitando-se que terá cobrado algumas peças que não estavam bem mortas, ainda voavam bem.
A jornada foi curta, terá durado pouco mais de hora e meia e, não tendo ouvido muitos tiros calculei, tendo como base o meu próprio contributo, que a jornada teria sido fraca. Puro engano, os dezassete militantes presentes, com pouca visibilidade, poucos tiros e sem a companhia de alguns confrades que à última hora não compareceram por motivos “suspeitos”, mas certamente compreensíveis face à necessidade de “trabalhar” até tarde, havendo portanto lugar a um descanso mais prolongado, cobraram cinquenta (50) rolas e cinco pegas-rabudas.
Seriam cerca das 10 horas quando a rapaziada começou a desmobilizar retornando ao local da concentração para a 2ª parte do nosso convívio: “O Almoço”
Após a divisão das peças e não estando presente o nosso habitual cozinheiro, recorremos aos Chef´s Manuel, Paulo, Diogo, Xisto, João Luís e Joaquim Luís que entretanto fez uma incursão num hipermercado local (“Horta do próprio”) para adquirir alguns produtos.
Tomada de assalto a cozinha, água ao lume, batatas a cozer, porco assado a aquecer, salada de tomates ecológicos e mesa posta, eis que os convivas, caçadores e outros amigos convidados, mais uma vez com a disposição que nos faz esquecer por momentos as dificuldades, “ atacámos” com apetite o manjar que em jeito de apreciação diria ser: “Bom abundante e bem confecionado”.
Com toda esta retórica esqueci-me de referir que enquanto os cozinheiros se ocupavam dos tachos, os ajudantes foram encarregados de depenar algumas rolas para o lanche que teria lugar, após uma partida de sueca a contar para a liga dos campeões e a realizar após o almoço.
Cumprindo o programa que incluiu a visualização (via TV) da subida à Senhora da Graça na 74ª Volta a Portugal em Bicicleta, degustámos então as famosas rolinhas devidamente grelhadas que fizeram circular, com alguma frequência, as famosas e fresquinhas loiras.
Não podia ainda deixar de me referir às alterações nas estruturas diretivas da Associação, deixando aqui o meu agradecimento pessoal e também creio que de todos os sócios, pelo trabalho desenvolvido, na pessoa do Ex-Presidente Jorge Matos que, apesar de todas as vicissitudes conseguiu sempre manter vivo o espirito de grupo desta associação.
Quanto ao novo Presidente espero que consiga manter a harmonia que já conquistámos mas não me coíbo de alertar, desde já, para o facto dos direitos adquiridos, nomeadamente, queijinho no final da refeição, chocolate para adoçar o cafezinho e, para rematar, que tal um bolinho de mel.
Um abraço para o Ex. e para o atual Presidente e também para aqueles que mais têm contribuído para manter viva a nossa Associação de Caçadores do Concelho de Mação.
Em jeito de conclusão apraz-me referir, mais uma vez, o modo como esta jornada decorreu, sem acidentes nem incidentes dignos de registo e com um espirito de grupo notável em que a colaboração e a amizade estiveram sempre presentes.

Boas caçadas!
zeg
PS – No tal jogo para os campeões europeus de sueca brilharam a grande altura os atletas João Conceição Matos/Júlio Romão/João Luís/Manuel Cardoso. Quando ao resultado (parece que deu empate) subsistem algumas dúvidas uma vez que o marcador eletrónico, devido a falhas constantes de energia, entrou em stress sendo-lhe diagnosticada uma depressão JJJM da responsabilidade dos jogadores.











segunda-feira, 6 de agosto de 2012

REUNIÃO ANUAL DE SÓCIOS E ALMOÇO CONVÍVIO COM PROPRIETÁRIOS


No passado dia 29 de Julho estivemos reunidos na escola de Vale da Gama para realizarmos a nossa reunião de sócios onde foram debatidos os mais diversos assuntos. Foi feita a eleição dos novos dirigentes para o biénio 2013/2014, e foram introduzidas novas regras de participação em batidas ás raposas, onde se prevê a obrigatoriedade de todos os sócios participarem pelo menos em três das seis batidas calendarizadas.
Os esforços têm de ser conjuntos, para os faltosos haverá penalizações monetárias.
A fraca adesão de sócios deixa a direcção sempre com um amargo de boca, os sócios têm de perceber que são eles a essência da associação de caça, a presença nestas alturas é necessária e benéfica, tanto para exporem os seus problemas, mas também apresentar ideias para o bom funcionamento da mesma.
Ainda assim a reunião decorreu conforme o planeado na ordem dos trabalhos e com alguns resultados positivos, lamentou-se a desistência de alguns sócios, bem como a falta de perdizes, que nos últimos anos têm tido dificuldade em renovar com êxito as populações a bons níveis.
Aprovou-se o calendário cinegético para o ano 2012/2013, que esperamos venha a decorrer dentro das espectativas.
No final da reunião houve mais um almoço convívio com os proprietários de terrenos dentro dos limites da zona de caça.
O ambiente esteve muito bom como o demonstram as imagens juntas.
A direcção agradeçe a presença á Câmara Municipal de Mação na pessoa do seu Vice-Presidente, Dr. Vasco Estrela e Vereador Eng. António Louro.
Á Junta de Freguesia de Envendos na pessoa do seu Tesoureiro, Sr. António Costa.
Á Federação de Caça e Pesca da Beira Interior, na presença do seu Presidente, João Carlos Pinto Lourenço, e do seu Vice-Presidente Sr. André Cid,
bem como a todos quanto puderam estar presentes para mais um excelente convívio, obrigado a todos.