terça-feira, 4 de março de 2014

A VERDADE

A pedido de várias famílias aqui vai o relato da montaria conjunta com os caçadores da Maceira.
Logo de manhã á chegada ao local dei de caras com o pessoal do SEPNA, um mau augúrio nisto das lides de caça, ver estes tipos é como ver as bruxas, trazem sempre azar.
Mas no fundo até foi uma manhã agradável onde se confraternizou com muita gente já conhecida e que é sempre um prazer rever, os matilheiros, os monteiros, enfim os amigos do costume e outros novos que sempre vão aparecendo.
Partiu-se para a mancha a ameaçar chuva, o que obrigou a irmos carregados com alguns extras que dificultam e atrasam as cosias mais um bom bocado, também colocar todos os caçadores vindos num autocarro de passeio e que dependem de outros para irem para as portas, é uma logística difícil de gerir mas que se faz com boa vontade e foi o que aconteceu.
Caçadores nas portas, cães na mancha, que pecava por ser grande demais, demorando a progressão dos matilheiros e enfadando os monteiros nas portas, uma situação a rever.
Os rastos dos porcos são mais que evidentes, alguns cevadouros estão totalmente comidos, demonstrando que há porcos na mancha. Cedo isso se confirmou pois os tiros não deixaram dúvidas. Mas tal como começaram cedo, cedo acabaram, a montaria entra cedo na fase mais melancólica.Na minha porta aparecem dois matilheiros com os cães, confirmando que alguns porcos voltaram para trás e que as portas não os seguraram. Acabando de passar por nós logo nos vieram dizer que nas costas da nossa armada se viam imensas camas recentes, e com indícios dos porcos se terem levantado á nossa chegada. Depois disso começou novamente a animação, tendo inclusive um porco voltado para trás e aproveitou o momento em que eu tinha ido falar com o meu colega da porta do lado para lhe dizer que os porcos estavam a voltar para trás e para ele estar com atenção. Esse momento foi aproveitado pelo javali e de tal maneira foi fino que nem o colega da porta de cima lhe atirou e muito bem porque ele vinha na minha linha de tiro, afinal esta bicharada já tem a escolaridade toda, não é só a primária. O porco entrou para o mato a cerca de um palmo do meu banco, coisa que se fosse passada de outra forma e ele viesse tocado a fogo, hoje esse banco estaria debaixo duma giesta a servir de assento a um navalheiro já velho.
No final da montaria o resultado foi de cinco porcos abatidos, sendo de realçar um bonito navalheiro e uma porca de tamanho mais que respeitável, seria a matriarca da vara certamente, cobrada pelo amigo Vítor Gonçalves que teve a cordialidade de a oferecer para com ela se realizar um almoço entre todos os sócios que estiveram presentas na montaria, um gesto bonito de registar e demonstra a boa camaradagem existente entre todos nós. O Presidente é o mais prejudicado pois não vai á bola com a carne de javali, para o ano temos de nos aplicar mais nos coelhos.
O almoço ajantarado decorreu com normalidade, tendo todos os participantes nesta jornada de caça maior ficado satisfeitos e com vontade de voltar.
Para o ano há mais.

J.R.





















BALANÇO DA ÉPOCA 2013/2014

A época de caça deste ano cinegético decorreu dentro da normalidade.
Quando se fala hoje em dia de normalidade, quer-se dizer que dentro do panorama geral da caça em Portugal, ainda conseguimos proporcionar umas jornadas de caça agradáveis aos nossos associados.
A abertura às rolas foi fraca tendo em conta que os abates não foram nada de especial, mas ainda assim foi um bom dia de convívio entre todos.
Durante o mês de Setembro desenvolveram-se várias caçadas aos coelhos, onde convidamos alguns amigos para se juntarem a nós nessas caçadas uma vez que não temos muitos cães de coelhos, serve de treino aos cachorros para o inicio da época e para fazermos umas jornadas de campo com o habitual convívio.
Os coelhos como pudemos constatar não eram muitos, pois as doenças que os assolam cada vez são mais e a população não resiste. Um problema que tem de ser resolvido num curto período de tempo, havendo mesmo o risco de todos os sectores em volta da caça entrarem em rotura.
Na abertura às perdizes verificou-se como já se esperava, haver uma boa densidade de bandos. O número de peças abatidas é que não corresponde á realidade, devido á triste realidade que nos é apresentada no campo, cada vez se torna mais difícil andar no monte, tal é a densidade de matorral que nos dificulta a progressão para sermos capazes de dar a volta aos bandos das vermelhinhas. Ainda assim na maioria dos dias o número de peças foi de uma por caçador, não é mau!
Tordos e pombos não deram muito trabalho nem gastaram muito fogo aos sócios, havendo um dia ou outro que ainda se arranjou para o petisco, uma realidade comum a todo o país.
Na caça maior houve duas jornadas, no gancho dos sócios não se registaram capturas, devido ao diluvio que se abateu na mancha durante o decorrer da mesma, em que era mais fácil nas portas aparecer uma carpa ou um barbo de bom porte do que algum javali, tal era a quantidade de água que as nuvens debitavam. Na montaria que se realizou em comunhão com os caçadores de Maceira, registaram-se cinco capturas, entre elas um bonito navalheiro e uma porca belíssima caçada pelo Vítor Gonçalves.
Durante as caçadas o espírito de camaradagem foi reinante e os convívios no final das caçadas tiveram sempre grande participação por todos, e apraz-me dizer que os nossos cozinheiros estiveram sempre á altura do que lhes foi pedido, a eles um obrigado especial.
Não se registaram acidentes o que é sempre de louvar e de enaltecer.
Resta-me finalmente agradecer a todos quantos participaram nestes dias de convívio sem demonstrar outra coisa que não fosse o gostar de caçar e de estar entre amigos.

OBRIGADO A TODOS E CONTINUAMOS A CONTAR COM A VOSSA PRESENÇA.



























J.R.