O dia 28 de Fevereiro foi o dia de encerramento de mais uma
época de caça.
Um pouco por todo o país foram realizadas as últimas
jornadas de caça, que já estavam confinadas às montarias.
Desde as reservas de caça municipal, até às turísticas e
também associativas, o dia 28 de Fevereiro foi preenchido por jornadas de caça
monteiras.
Foi a despedida para caçadores e matilheiros, até á próxima época,
recolhem às boxes os cães e as armas regressam aos armários.
Pelas notícias que tenho visto nas redes sociais nomeadamente
em páginas de associações, clubes, etc. o último dia foi bastante produtivo em
boas caçadas de montaria.
Em jeito de balanço e não menosprezando zonas onde a caça
esteve bem presente em boas jornadas, penso que no geral a caça menor este ano
esteve aquém das espectativas, não sendo de realçar grandes jornadas, só num ou
noutro caso se poderá fazer um balanço mais positivo.
Os coelhos foram quase dizimados dos nossos campos não dando
as satisfações de outrora aos nossos podengos com as ladras e corridas nos
cabeços e lezírias, e ficando os caçadores insatisfeitos. Algo terá de ser
feito e esta é a melhor altura de tentar resolver o problema, seja através da
proibição de caçar por um ano ou mais, ou por acções de repovoamento,
vacinações ou o que for passível de resolver o problema a curto prazo.
As perdizes também andaram arredias e nalgumas zonas a
criação foi muito fraca, sendo visível a sua diminuição o aumento de zonas com
muito mato e o reflorestamento das zonas ardidas á base de eucaliptal também
não ajuda em nada as espécies.
Os tordos vieram no principio em boas quantidades, quem
aproveitou os primeiros dias ainda deu o gosto ao dedo, mas tal como vieram
depressa desapareceram, para somente nos últimos dias começarem a dar uns
lampejos da sua presença em certas zonas, enfim, mais um ano atípico e que nos
deixa saudades dos anos 90.
Em alta parecem estar as montarias com zonas a mostrarem
grandes quadros de caça e em algumas zonas como por exemplo o Concelho de Mação
(Beira-Baixa) a mostrar já alguns veados nas batidas realizadas. Um exemplo de
que a caça maior está em altas vê-se pelo número de pessoas que vão aparecendo
um pouco pelas montarias realizadas em zonas que até aqui eram pouco conhecidas,
um sinal de que cada vez mais as montarias são procuradas para ajudar a
compensar os maus anos que se têm vivido na caça menor. Os porcos também têm
comparecido aos encontros com bons exemplares registados e bons números de
peças abatidas, longe do Alentejo, mas com muito boas indicações para o futuro.
Lembro que é urgente fazer alguma coisa pelo coelho bravo,
afinal não é só o lince Ibérico que merece programas especiais, o coelho é a
sua base principal de alimentação e sem ele todos os programas de recuperação serão
uma causa perdida a nascença.
Desejando a todos os sócios e amigos da ACCMação uma próxima
época de caça, se não melhor, pelo menos igual a esta que agora acaba. Fiquem
bem e bom defeso. A quem faz esperas tenho a dizer que já falta pouco, vamos
deixar o campo descansar estes três meses e preparemos os cevadouros com
antecedência para obter bons resultados.
A caça precisa da nossa ajuda.
J.R.