domingo, 7 de abril de 2019

Polémica nos Arcos termina com anulação de jornadas ligadas à caça.

Suspensas jornadas organizadas por associações ligadas à caça em Arcos de Valdevez

Polémica nos Arcos termina com anulação de jornadas ligadas à caça.

O Clube Português de Monteiros anunciou hoje a suspensão das I Jornadas Internacionais sobre Sustentabilidade Económica dos Espaços Ordenados e Protegidos, previstas para os dias 13 e 14 de abril, em Arcos de Valdevez.
Em resposta escrita ao pedido de esclarecimento, o presidente daquela associação, Artur Torres Pereira, invocou “razões técnicas” para a suspensão do evento.
Na semana passada, em comunicado, o Fundo para a Proteção dos Animais Selvagens (FAPAS) pediu à Câmara de Valdevez a anulação das jornadas, alegando serem “propaganda de caça”, promovida por associações ligadas à caça.
Em causa está a preservação da cabra-brava do Gerês, que o FAPAS diz ter sido dada como extinta em 1892 “devido ao excesso de caça” e que “regressou a Portugal em 1998.
“Ao fim de 20 anos de repovoamento da espécie, já a querem caçar, provavelmente para a levar de novo à extinção”, frisou a organização ambientalista.
Na quinta-feira, durante o debate mensal no parlamento, o deputado do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), André Silva, questionou o primeiro-ministro sobre o assunto, considerando a considerando a situação “muito grave” e adiantando que o objetivo das jornadas passaria por “voltar a caçar a cabra montês” no Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG).
André Silva referiu que “mais grave ainda” era “a anunciada presença do ministro do Ambiente no evento”.
Na resposta, António Costa disse que nem o ministro do Ambiente nem outro membro do governo “apadrinhará ou estará presente no evento”.
Segundo o FAPAS, as jornadas agora suspensas, eram “promovidas pelo Clube Português de Monteiros e o Safari Clube Internacional – Lusitânia Chapter”, com “o apoio do município de Arcos de Valdevez, do Ministério da Agricultura, Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), do Turismo do Norte e com a anunciada presença do ministro do Ambiente e do secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural”.
Também na quinta-feira, num requerimento enviado ao Governo, o Bloco de Esquerda questionou o Ministério do Ambiente sobre “o anúncio de uma caçada à cabra montês, no Parque Natural da Peneda-Gerês”, que teria estado incluída no programa daquele evento.
Hoje, o Clube Português de Monteiros garantiu ser “absolutamente falso” a realização de caçada à cabra montês.
“Não está mencionado em lado nenhum. A cabra montês não se pode caçar por não ser considerada uma espécie cinegética”, sustenta a Associação Nacional de Caça Maior.
Na resposta, Artur Torres Pereira explicou que o objetivo das jornadas agora suspensas “era avaliar o estado atual do conhecimento sobre a cabra montesa, não só em Portugal, no território do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), mas também noutros territórios protegidos de outros países do mundo, em Espanha, em particular”.
“Para o efeito foi garantida a participação de especialistas, nacionais e estrangeiros, conhecedores da dinâmica populacional da espécie em todo o mundo e da importância do seu planeamento, da sua gestão e, da sua exploração para a preservação dos habitats das regiões onde ocorre (normalmente regiões deprimidas de montanha e de baixa densidade), e para a melhoria das condições de vida das populações envolvidas”, especificou.
O presidente da Câmara de Arcos de Valdevez não quis comentar o assunto, remetendo a posição do município do distrito de Viana do Castelo para as declarações que prestou, na semana passada, na sequência do comunicado do FAPAS.
Na altura, João Manuel Esteves referiu que o tema das jornadas “é, e sempre foi, do interesse” do concelho de Arcos de Valdevez, integrado no PNPG “assim como deve ser um tema de interesse para todos”.
O autarca social-democrata adiantou que “a caça, desde que devidamente enquadrada na lei e na preservação da natureza é uma atividade, tal como é reconhecido por todos, de grande relevância económica”.
A Lusa contactou o diretor do Departamento de Conservação da Natureza e Florestas (DCNF) do Norte, Armando Loureiro, mas até agora sem sucesso.
Hoje começou a circular uma carta aberta de uma empresa que opera no PNPG a “condenar e rejeitar qualquer tentativa de atribuir uma vocação cinegética”, ao único parque do país.
A empresa Keen Tours “exorta o Governo português, o ICNF e o Turismo de Portugal a revogar o seu endosso a esta iniciativa extemporânea” e “os municípios cujo território integra o PNPG a enjeitarem a possibilidade levantada por estas jornadas e, ao invés, exigirem do governo e do ICNF maior investimento na sua conservação e vigilância”.
Nas redes sociais, um grupo de defensores dos direitos animais criou uma página intitulada “Pelo Nosso Único Parque Nacional Peneda-Gerês”, a convocar a população para uma manifestação, no 13 de abril das 12:00 às 15:00.



SUSPENSÃO DAS 1ª JORNADAS DE CAÇA.

SUSPENDIDAS LAS JORNADAS POR LA CAZA de PENEDA - GERÊS....En Portugal.

Parece que los animalistas portugueses dan un hachazo a la posible caza de gestión de las cabras monteses del Gerês, repobladas desde Galicia en los años ochenta.
Hoy, la población abundante, tampoco ha sabido ser gestionada desde la Xunta de Galicia, en el lado español, en el Xurés.
UNOS Y OTROS ESPERAN QUE LA POBLACIÓN SE DIEZME CON LA SARNA....
Incompetentes transfronterizos haberlos, hailos.
Y negocios inconfesables también...Como se puede convertir un éxito de reintroducción de la Xunta de Galicia en un fracaso de gestión?

https://www.diariodominho.pt/2019/04/05/suspensas-jornadas-organizadas-por-associacoes-ligadas-a-caca-em-arcos-de-valdevez/