O dia 15 de Agosto, marca o início do calendário venatório.
Um dia esperado por muitos milhares de caçadores portugueses.
Neste dia saem do estojo uns milhares de armas, saem das prateleiras das espingardarias uns milhares de cartuchos.
Fazem-se ao campo com esperanças de um grande dia de caça. Rolas, pombos e patos fazem já parte do seu imaginário de há uns dias para cá, os sonhos giram todos á roda destas ideias.
Cada caçador vem vigiando a sua zona de caça, controlando as espécies que por lá vão procurando comida e refúgio. São traçados planos e começam a guardar-se posições estratégicas, cada um com a querença de que ali é que vai ser do melhor. Começa a saga das noites mal dormidas, e, não é só do calor da época.
Cientes de que o serviço de campo está bem feito, com o couto cuidado na perfeição, as expectativas encontram-se em alta.
E foi assim com estas expectativas, que se reuniram neste dia na Casa de Convívio de Avessada, duas dezenas de sócios da Associação de Caçadores do Concelho de Mação (A.C.C.M.).
Concentração às 05H30 como mandam as regras.
Feitos os cumprimentos da praxe, licenças conferidas, tomou-se um cafezinho e deu-se início ao sorteio das portas, que irá ditar a sorte e o azar dos caçadores, mas é a forma mais honesta de caçar, não há lugar para dúvidas, evitam-se confusões e noites passadas ao relento, coisas do passado.
Muito diferente de muitas zonas de caça em terreno ordenado, onde ainda hoje para se dar um tiro a uma rola, tem de se passar a noite no local, uma autêntica selvajaria e dos piores exemplos para um território cinegético que se quer ordenado.
Clareia o dia já com todos os caçadores colocados, surgem as primeiras rolas, fazem-se aos cevadouros confiantes, ouvem-se os primeiros tiros e os primeiros pássaros são cobrados com êxito.
Durante as duas primeiras horas há um constante evoluir das rolas de um lado para o outro da mancha escolhida para a colocação dos cevadouros e das portas. As entradas fazem-se a um bom ritmo, bandos de oito rolas são uma visão ainda possível de observar por aqui, muito bom até ao momento, espera-se um bom resultado, embora só estejam dezoito armas a atirar.
Os pombos, mais desconfiados, pouco se mostraram, com tiros e pessoal no monte mostram-se esquivos e ariscos, serão tímidos?
Muitos tiros, muita agitação, espera-se um bom resultado, claro que tudo dentro dos padrões considerados normais para a época actual, não poderemos comparar com os tempos de antigamente, havia caçadores que até consideravam mal empregado gastar um cartucho muna rola, um animal tão pequeno, enfim longe vão esses tempos.
Uma manhã bem passada, o pessoal retorna para Avessada, local do almoço. Compõe-se o “tableau de chasse”, quarenta e quatro rolas e um pombo, resultado final apresentado por dezoito armas, podia ser pior.
O resultado não é de encher o olho, mas deixa a direcção da reserva cheia de orgulho pelo bom trabalho que desenvolveu, empenharam-se e mostraram que quando o trabalho de casa é bem feito os resultados aparecem, como diz o outro “o homem pensa e a obra nasce”.
Ao final do dia e como vem sendo já um hábito entre os populares da Avessada que tão bem nos recebem, e nós sócios da (A.C.C.M.), houve um lanche com o resultado da caçada, porque as rolas são boas é assadas na brasa e de preferência no próprio dia, assim se cumpriu mais uma a tradição.
A todos participantes um bem-haja e até ao próximo encontro.
J.R.
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