No dia marcado lá nos apresentamos para a primeira montaria do ano em Penhascoso.
Muitos convivas presentes, entre amigos e conhecidos, éramos perto de 100
pessoas, uns caçadores, outros acompanhantes, um dia de festa, como devem ser os dias de montaria.
Com a máquina completamente oleada, as inscrições foram-se sucedendo num ritmo que antevia uma ida para a mancha ainda cedo, não fossem aqueles que não sabem assumir os compromissos, ainda se tem muita consideração por algumas pessoas, e são essas as primeiras a falhar, fica o recado dado.
O taco esteve á altura das exigências, ficando os monteiros com os estômagos confortados para aguentar as três horas previstas para dar a volta á mancha com as matilhas.
Partimos para a mancha e fomos colocados com uma precisão de fazer inveja a qualquer montaria por esse país fora, os postores são os próprios caçadores que sendo conhecedores dos terrenos, vão com os seus veículos de todo-o-terreno, ou acompanhando que os tem, e assim se colocaram todas as portas, com disciplina e sem muitos espalhafatos.
As matilhas entraram na mancha assim que receberam orientações de que a mesma estava fechada. Não decorreu muito tempo até se começarem a ouvir as primeiras ladras, que, diga-se, foram uma constante até ao final da monatria, sinal evidente da existência de porcos com fartura. Estava um dia de vento muito forte e entrava muito ar na mancha, talvez por isso os porcos se mostrassem muito renitentes em sair às portas, os seus finos narizes avisavam que por aquelas bandas havia pessoas que tinham tirado o dia para lhes fazer a “folha”. Mas fosse esse o principal motivo, outro houve em meu entender, que decidiu o resultado da montaria.
Os cães de pergaminhos firmados, ou não conhecesse eu os matilheiros de outras cegadas, foram bons a encontrar e perseguir os porcos, faltou foi dente, daqueles que ou sai o porco, vai às portas e morre a tiro, ou fica e morre com um palmo de aço nas costelas. O resultado final para os cães foi mau, houve muitos feridos e penso que um morto, cara despesa para tão nobres animais que não desistem perante tão duros adversários, para nos dar alegrias e emoções desta natureza.
Já a montaria ia na sua curva final quando veio um porquito dar um passeio pela zona da minha porta e pela do Jorge, mando-lhe um tiro, que saiu um pouco traseiro, tendo-lhe ficado cravado num presunto de trás, seguindo na direcção do Jorge que lhe enfia mais um tiro nas costelas, e não o secou logo ali porque a carabina encravou, foi rematado mais á frente por outro Monteiro.
Saldo final apresentado no quadro de caça de seis javalis, sendo dois navalheiros e quatro porcas. Um resultado que poderia ser mais substantivo se os cães tivessem mais força para forçar os porcos a sair para fora da mancha.
Um dia bem passado em boa companhia, sem acidentes a lamentar, excepto os dos nossos amigos caninos, boa comida, com o porco no espeto a resolver o problema que já todos sentíamos às cinco da tarde.
Uma nota final, somente para dizer
que daqueles porcos que se viam á volta da zona industrial de Mação, agora andam lá menos seis. Certamente no número total daqueles que vieram com a vaga de frio isso não se fará sentir, mas é para dizer que devagar chegamos lá, é só uma questão de nos deixarem.
Bem ajam e até dia 22 de Janeiro de 2011, no mesmo local às oito e meia (08H30).
Bom Natal e Boas Festas de Ano Novo.
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