Associação de caçadores do concelho de Mação-
Avessada,17/11/2013

Há dias em que a pouca inspiração, stresse (está na moda e fica sempre
bem) excesso de trabalho ou simplesmente a preguiça condicionam a realização
destes textos, que não são mais que um jogo em que as letras se unem formando
palavras que pretendem apenas dar a conhecer momentos de união, companheirismo,
convívio e, neste caso,
saudade.

Foi mais um dia de caça da nossa Associação, o penúltimo, em que
alguns dos “famigerados” e renitentes companheiros de muitas caçadas não
puderam estar presentes. Compareceram, desta vez, 12 magníficos associados
acompanhados por três convidados, dois deles pela primeira vez na nossa
companhia e por isso merecedores de uma saudação especial (rapaziada de
Algueirão), e ainda o amigo M Martinho que por diversas vezes nos acompanhou
com os seus “implacáveis” bichinhos de estimação (leia-se cães de caça do
melhor da zona centro-são todos excelentes).

Contrariamente ao habitual foram constituídos dois grupos, um para a
caça ao coelho e outro para a caça às vermelhinhas que, apesar de tudo, vão
aparecendo e proporcionando aos doentes desta modalidade, lances de caça
espetaculares em que, muitas vezes e ainda bem, as ditas levam a melhor. São
aves extraordinárias, lindas que, não raras vezes, chego a questionar-me sobre
a prática desta atividade.

Foi mais uma ótima jornada cinegética e, se não posso relatar o que aconteceu
com o grupo dos coelhos, ao que parece interromperam o trabalho de um humilde
trabalhador (de 4 patas, preto e focinho comprido) que carregava madeira em
direção a Vila Velha de Ródão. Se não fosse o “veredas” , que o brindou com uma
salva de morteiros e algumas cavilhas, já estava a chegar ao destino. Sobre
este grupo quero ainda referir que o verdadeiro caçador (atenção VG) não pode
ir de véspera ver onde dormem as” vermelhuscas” para, á socapa, e quando as
”meninas” ainda estão ensonadas, cobrar dois belíssimos exemplares com a
agravante de espalhar alguns pregos, inadmissíveis para um caçador de qualidade
reconhecida.
Quanto aos caçarretas da perdiz tudo normal, estevas, balsas (silvas),
tojos e demais flora local em quantidade e qualidade que deixaram nas minhas
pernas e certamente nas dos restantes confrades, diversos “riscos” inspirados
num qualquer quadro de um Picasso, Klee , Dali ou Miró.
Poucos tiros, muita eficácia e apenas uma perdiz não cobrada que
certamente caiu “de asa” não havendo, apesar do árduo trabalho de cães e
caçadores, quem lhe pusesse a vista ou o nariz em cima.
Saldo final-dezassete perdizes, um coelho e o tal “negro de quatro
patas “ (não confundir com a vitela do Sr. Cardoso) que estava em trânsito,
carregado de madeira, para a fábrica de celulose.

Se os meus amigos se recordam no final do primeiro parágrafo desta
mensagem uma palavra estava em destaque:
saudade. Não foi por acaso ou apenas para compor o texto que utilizei
esta palavra. Na verdade e após a nossa “caminhada cinegética” seguiu-se o
tradicional almoço que, desta vez, teve tudo de tradicional: Feijão preto, com
atum e ou bacalhau assado, acompanhados com almeirão. E é precisamente aqui que
entra a Saudade. A saudade do nosso amigo, Júlio Romão, carinhosamente tratado
por PRIMO JÚLIO que partiu para outras paragens e nos deixou como legado, para
além de toda a sua sabedoria, o feijão-frade, também conhecido por feijão de
corda, que ele próprio semeou e que deu origem a este almoço muito especial em
que lhe prestámos a justa homenagem devida a um Homem Bom. Deixou-nos mais
“pobres”, sem a sua companhia, mas nunca esquecidos dele e de outros amigos que
também já nos deixaram.
Boas caçadas
zg
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