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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
CONHECER AS ESPÉCIES CINEGÉTICAS
CONHEÇA AS ESPÉCIES CINEGÉTICAS
Codorniz
Nome vulgar: Codorniz
Nome científico: Coturnix coturnix
CARACTERES IDENTIFICATIVOS
É o mais pequeno galináceo europeu, o único com hábitos migratórios e pode ser
brevemente descrito como "um perdigoto de algumas semanas".
A cor geral de ambos os sexos é a parda, com o dorso e flancos listados
O macho apresenta a garganta com riscas negras,
enquanto que a fêmea a tem amarelada, sem riscas e
apresenta o peito muito manchado.
É uma ave de observação difícil, levanta com bastante
dificuldade, num voo curto e baixo. O contacto auditivo é
o mais vulgar, sendo o seu canto bastante característico e
invulgarmente forte.
DISTRIBUIÇÃO
A codorniz é uma migradora parcial. O seu
ciclo migratório é bastante complexo. Além de
longos, médios e curtos migradores, há
também indivíduos sub-sedentários.
Em Portugal, a chegada das primeiras vagas
migratórias ocorre a partir de Março com um
máximo em Abril/Maio, sendo que as vagas
migratórias de Outono se iniciam em Agosto,
sucedendo-se até Dezembro, com uma quebra
em Novembro1
(1 Fontoura, A P; Gonçalves, D., 1998 - Contribuição para a conservação e gestão cinegética da codorniz)
(Coturnix coturnix) em Portugal. CECA-ICETA/UP.
HABITAT E ALIMENTAÇÃO
Paisagens abertas, planas ou ligeiramente onduladas,
dando preferência a espaços com coberto vegetal
complexo, geralmente inferior a 1 m de altura. O habitat
original seria do tipo estepário, mas adaptou-se bem aos
grandes espaços agrícolas e suas culturas1
A codorniz alimenta-se de sementes, invertebrados e plantas verdes. A sua proporção no
regime alimentar varia com o estado de desenvolvimento e ciclo anual desta espécie. Os
jovens recém-nascidos são predominantemente insectívoros. Depois de quatro semanas
de vida, a dieta é idêntica à dos adultos e fundamentalmente granívora. Durante a fase
de reprodução, o consumo de invertebrados, em especial por parte das fêmeas, aumenta
consideravelmente1.
COMPORTAMENTO E REPRODUÇÃO
A codorniz nidifica em áreas tradicionais de reprodução (2 a 10 ha). O ninho é construído
com vegetação adventícia, geralmente na margem ou próximo de parcelas agrícolas.
Em média, são postos 10 ovos, com uma taxa de eclosão de cerca de 97%, sendo a taxa
de sobrevivência aos 2 meses de 40%. É de esperar duas posturas por ano. Em Portugal,
o período reprodutivo é longo, sucedendo o pico de reprodução entre Junho e Agosto1.
ORDENAMENTO DA ESPÉCIE
A codorniz é uma espécie cinegética muito apreciada, existindo caçadores
verdadeiramente especializados na sua caça. Algumas práticas agrícolas, pastorícia,
tratamentos fito-sanitários e técnicas de cultivo condicionam a utilização do habitat e
influenciam negativamente a distribuição das populações. Para minimizar estes
impactos:
• Favoreça a diversidade do habitat tipo, implantando pequenas parcelas com
culturas forrageiras destinadas à fauna ou pequenas áreas sem mecanização
agrícola.
• Use de cuidados especiais nas ceifas das colheitas, sendo preferível ceifar de
dentro para fora ou realizá-la por faixas. É aconselhável a colocação de
2 In Livro vermelho dos vertebrados de Portugal, vol. I - mamíferos, aves, répteis e anfíbios. Serviço Nacional
de Parques e Conservação da Natureza, Lisboa, 1990.
dispositivos na frente de tractores ou de ceifeiras mecânicas que afugentem
os animais escondidos nas searas; se possível realize os cortes a mais de 30
cm de altura.
• Não abuse dos pesticidas e herbicidas, sendo aconselhável a utilização de
produtos com baixa toxicidade para a fauna selvagem e deixe uma faixa
exterior sem tratamento.
• O tratamento dos terrenos marginais deve ser evitado.
• Utilize menores densidades de sementes nas margens das parcelas a cultivar.
• É desaconselhável realizar a queima dos restolhos. Caso o faça é preferível
realizá-la por faixas e não em círculos a fim de possibilitar a fuga de animais.
• Evite que os cães e os gatos vagueiem pelos campos.
Lembre-se que não pode utilizar para fins cinegéticos ou de repovoamento exemplares
da codorniz japonesa ou híbridos desta. O efeito negativo destes sobre as populações
autóctones é amplamente reconhecido1.
A CODORNIZ PERANTE A LEI
O período venatório prolonga-se de Setembro a Dezembro.
PROCESSOS DE CAÇA
Os processos de caça autorizados para a codorniz são: de salto e de cetraria.
LOCAIS E OUTROS CONDICIONALISMOS
Em terrenos cinegéticos não ordenados, a caça à codorniz no mês de Setembro só é
permitida nos locais e nas condições definidos por edital da DGF.
CALENDÁRIO VENATÓRIO
Por factores de ordem biológica, dentro dos limites referidos, é estabelecido por portaria,
para cada época venatória:
• A data de início e fim do período venatório;
• Os processos de caça;
• Os limites diários de abate.
ZONAS DE CAÇA
Nas zonas de caça, para além das limitações gerais estabelecidas por lei, a caça a esta
espécie está sujeita a normas especiais de acordo com os respectivos planos de gestão,
de ordenamento e de exploração.
A caça é um produto da terra. Cultive-a!
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