quinta-feira, 21 de outubro de 2010

CAÇADA DIA 16 DE OUTUBRO

Haviam já decorrido 15 dias, desde a última vez que tinha ido caçar, somente o tinha feito no dia 3 e 5 de Outubro.
A vontade de estar no campo, era já muita e o vício de correr atrás das “patirrojas”, (patas vermelhas), como dizem “nuestros hermanos”, já estava a dar mau dormir de noite.
Será que o dia 16 de Outubro nunca mais chega? Finalmente chegou, e com ele o bom tempo, os amigos de sempre, estava iniciada mais uma jornada de caça às perdizes BRAVAS.
Organizam-se os caçadores às ordens do nosso Exmº. Sr. Presidente, sim, porque hoje tivemos pelo menos quatro estreias, não na caça ou como novos sócios, mas estreias na época, pensavamos que já não vinham, mas afinal "eles" vão aparecendo.
Lá nos metemos no mato, embora se note ainda bastante o nevoeiro, poderá afectar o faro dos cães, mas lá vamos nós, cinco minutos depois estamos todos ensopados, o mato está todo molhado da maresia da noite.
Tudo isto são contradições a que já estamos habituados, mas que poderão dar trabalho a curar, secar a roupa no corpo tem os seus custos, eu que o diga, dois dias com dores no corpo todo. Cedo começaram as hostilidades, ainda não tínhamos corrido 50 metros e já o “Sousa” atirava às perdizes que estavam paradas á beira do caminho, bons indícios para o dia.
Continuou a caçada e os lances sucedem-se uns atrás dos outros, a minha vez ainda não tinha chegado, mas a “Missy” já tinha dado boas indicações das perdizes terem estado por ali, mas elas agora já não esperam muito por nós, andamos por ali aos coelhos umas duas ou três vezes e elas já desconfiam dos barulhos todos, começam logo a ganhar terreno por conta.
Mas andamos mais uns cabeços com o mato a atrasar-nos e a molhar-nos até aos ossos e eis que se levantam quatro perdizes á minha frente, talvez a “Missy” ou o “King”, quem sabe, no meio do mato nem os cães vemos, dou sinal ao Prof. Gonçalves e vamos atrás delas, no cimo do cabeço os cães dele levantam-nas, perdizes no ar dois tiros meus a uma delas e vai-se embora, bastante ferida, mas abala a magana.
Mais uma que vai ficar no mato para os bichos. Continuando a marcha, com mais tiros e mais perdizes atiradas, umas cobradas, outras bem falhadas, há de tudo, o calor começa a fazer das suas.
Na volta de regresso acontece que quando vou para dar apoio ao Presidente para bater uma mancha de eucaliptos, a minha perdigueira resolve fazer das suas, primeiro dá um escarreiranço a um coelho que vinha a ser tocado pelo cão do Presidente, até parece que levava lume atrás do bicho, chamo por ela e quando vem a chegar perto de mim faz uma paragem a uma vermelhinha que só faltou a máquina para a fotografia, uma coisa espectacular, incentivei-a a entrar á perdiz, o que fez na perfeição e o lance culminou com a perdiz cobrada e entregue como mandam as regras, como disse aos outros depois, foi um lance que valeu pela manhã toda, e do qual me orgulho pelo trabalho da cadela.
A cadela do Prof. Zé Gonçalves no regresso, fez-se a uma perdiz, também com uma belíssima paragem, tendo-a abocado, sem a perdiz ter levantado. Tendo em conta o sítio onde estava, poderia ser a tal a que eu atirei de manhã, se era foi bom, menos uma que fica para os bichos e serviu para afirmar os excelentes ventos que essa cadela demonstra, outro excelente lançe de caça.
Ainda fomos dar a volta às vinhas, mas as perdizes de lá têm todas a faculdade, não esperam por nós, deram um voo e ei-las que passam a “A23”. Da próxima vez temos de ir com mais cautelas.
Quero ainda salientar que neste dia fomos acompanhados por um casal simpático, residem em Lisboa, mas reconstruiram uma casa numa das nossas aldeias, onde vêem passar os fins-de-semana, foi com muito gosto que os recebemos no nosso meio, espero que tenha sido para eles uma experiência muito positiva, e, que sirva para ajudar a desmistificar tudo o que de menos bom se diz da caça e dos caçadores na generalidade. A Sandra portou-se como uma valente, tendo acompanhado o nosso amigo Joaquim Luís em todo o percurso, jornada de caça cumprida. Teremos caçadora?
Chegado o meio-dia é hora de ir ao almoço, a nossa “cozinheira” desta vez preparou-nos um arroz de cabidela, estava impecável.
Comeu-se no final o famoso bolo de mel e bebeu-se a não menos famosa aguardente de medronho, estava feito o dia para hoje, que magnifica jornada de caça, todos tivemos direito a troféu como é apanágio da nossa associação, vamos esperar que o próximo dia seja igual ou ainda melhor que este, até lá.





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