ANTÓNIO LUÍZ PACHECO EM ENTREVISTA Á S.I.C. NO PROGRAMA AQUI E AGORA SOBRE O ABANDONO DE ANIMAIS DE COMPANHIA.
Esteve muito bem a defender os caçadores o nosso companheiro de desporto António Luíz Pacheco.
Ouvi a sua intervenção com muita atenção e tudo o que disse foi manifestamente verdade, nunca se excedeu nos seus comentários, como o fez o defensor dos animais da representação "a animal".
Quem gostará mais de animais e sobretudo dos cães senão nós caçadores que tanto valor damos aos nossos. É certo que os nossos trabalham, vão connosco caçar, apanham frio, chuva, calor, picam-se e esgotam-se, mas tudo isto fruto da sua paixão pela caça que por vezes é tanta ou mais que a nossa. Quem não teve cães que se esquecem de tudo e desaparecem a caçar no princípio do dia e só no final aparecem.
Serão porventura alguns desses que por lá ficará e que tanto desgosto dará ao seu dono. Conheço e tenho amigos que se deslocam a esse locais durante meses a fio a fim de os encontrar, algumas vezes com sucesso, outras (a maioria), com grande desilusão. Mas isso não é abandono, pois o que mais gostaríamos nesses casos é que houvessem pessoas que os apanhassem e através do micro-chip nos identificassem, nos contactassem, que nós iríamos a correr em busca do nosso companheiro de jornadas e pagaríamos a alimentação gasta e porventura outras alcavalas se as houvesse, abandoná-los nunca, eles são a nossa ferramenta mais valiosa, sem eles a caça não vale nada, poucas coisa no desporto da caça existem melhores do que ver o trabalho de um cão, seja um perdigueiro numa paragem, num cobro a uma perdiz, seja o laticar dos podengos atrás dos coelhos, ou mesmo o ladrar grosso dum grifom na pista dum grande navalheiro. São momentos inolvidáveis, muitas pessoas sabem do que estou a falar.
Mas tudo na vida tem o seu valor e o direito de existir, isto em relação aos defensores dos direitos dos animais, concordo que o abandono dos animais é terrível, nos canis a situação dos animais é por vezes caótica, devido ao excesso de população e tem de se fazer algo e rápido.
o que não posso concordar, e aí têm de ser também as associações de criadores e clubes de raças de cães a ter uma palavra e começar a agir na defesa das raças de que são criadores e proprietários. Isto porquê? Porque se nós formos á maioria de sites que recolhem cães e têm programas de adopção, vemos que em alguns casos anunciam cães que não têm raça definida, como sendo cães de caça de raças diversas como por exemplo "perdigueiro português";"pointer";"podengo português" o que é um ultraje para as raças que tantos anos têm de apuro, sem desprestígio para os pobres animais que não têm culpa nenhuma, e o estigma de que são os caçadores a abandonar os seus cães continua.
Seria por certo uma pista a seguir, investigar quem vende esses cães, decerto como cães de raça pura, mas sem licenças nem l.o.p., enfim de qualquer maneira, e, essas pessoas que os adquiriram viram assim goradas as suas expectativas, e isso de certa maneira levou-os a abandonar os animais. Tê-los morto teria sido de todo pior. Mas como digo é só uma opinião pessoal e vale o que vale.
Por tudo isto vale decerto a pena continuarmos nós caçadores a zelar e olhar pelos nossos animais, dar-lhes conforto, carinho e deixá-los fazer aquilo que mais gostam e para que foram durante anos seleccionados, que é caçar.
Há pessoas transformadas em instituições que tudo condenam e querem impor os seus valores aos outros duma forma demasiado violenta, tentando mostrar que comer carne é mau e defendendo tudo desde o escaravelho ao cavalo á vaca às galinhas, enfim.
No mundo que eu conheço tudo tem o seu lugar mas temos de ser inteligentes para perceber o lugar de cada coisa. Não vamos ser extremistas só porque não gostamos de algo e tentar transformar o nosso extremismo em leis universais, e pior ainda, querer á força ter razão acima de tudo, como se fossemos donos absolutos da verdade.
Obrigado ao António Luíz Pacheco pela forma como se mostrou, pela coragem que teve em ser caçador, e, defender os caçadores perante tantas adversidades como as que encontrou no leque de entrevistados e perante as câmaras da televisão para um país inteiro. Dignificou bastante a classe dos caçadores que nos dias de hoje não é nada bem vista pela nossa sociedade. Mas com intervenções como estas irá mudar pouco a pouco.
Sem comentários:
Enviar um comentário