BATIDA AOS JAVALIS EM TERRAS DA LIVRAÇÃO

AS BALAS CERTEIRAS

O BAPTISMO MONTEIRO

OS GRANDES MONTEIROS DE SERVIÇO

AS PORCAS

O MAPA DA MANCHA


BATIDA AOS JAVALIS NA RESERVA MUNICIPAL DE RIBA-TÂMEGA
A convite do amigo Aníbal Mendes fui caçar de batida aos javalis em terras de Livração no vale do Tâmega no dia 28 de Fevereiro de 2009. A Reserva de Caça Municipal de Riba-Tâmega tem os seus domínios na zona de Livração concelho de Marco de Canaveses. As suas vistas da serra têm uma abrangência tal, que se podem avistar daí sete distritos e confinada pelo Rio Tâmega, como devem imaginar tem um grande potencial. Esta reserva de caça é presidida (e muito bem) pelo Sr. Saraiva e conta com bons adjuntos nomeadamente o seu filho Bernardo o Sr. Telmo (grande caçador e conhecedor) que muito gentilmente cede o seu espaço para disfrutarmos das boas feijoadas e são convívio e também pelo amigo Sr. (TIOZINDO) Mota que não pode neste dia estar presente por ter o convívio anual com a malta do Ultramar (a todos eles um abraço). Pelas 9H00 estavam já reunidos todos os caçadores que iriam participar na Batida aos Javalis neste caso a primeira a realizar pela Direcção da Reserva de Caça Municipal de Riba-Tâmega. As expectativas eram grandes e o nervoso imperava. Tinham-se visto alguns javalis na mancha e esperava-se conseguir pelo menos um para ser uma caçada perfeita. Estavam já por ali os gémeos Paulo e Zé (bons perdizeiros), o Sr. Zé Mota, o Júlio Baldaia o Sr. Telmo o Vasco que além de ser um caçador aferroado também mostrou ser um grande Matilheiro, o Élio Piriquito um conterrâneo do Ribatejo que ficou com raízes cá no Norte tal como eu, o Sr. Gomes, o Aníbal, o João, o Carlos e todos os outros que não sei os nomes mas que ficam gravados nas fotos para a posteridade. O pequeno-almoço decorreu bem, com febras grelhadas e bifanas acompanhadas de sumos, cerveja e vinho da região. Feito o sorteio das portas e dadas as indicações da praxe tal como regras de segurança que nunca é demais realçar, desejou-se sorte a todos os monteiros e rumou-se ao monte para se ocuparem as portas. No sorteio calhou-me a porta nº 1, ao ver de alguns uma das melhores da mancha (a ver vamos). A mancha com uma vista soberba não era muito grande pois só tinha 16 portas marcadas (foram ainda assim retiradas 2 delas por falta de caçadores para as ocuparem, da primeira vez ninguém acredita), mas era de grande dureza devido a zonas muito fechadas e de forte vegetação. Precisavam-se de cães bons e de bons matilheiros o que se veio a verificar pela raça, bravura, sagacidade e força de vontade demonstrada por estes homens que conseguiram não defraudar a quem os convidou para aí irem caçar com os seus cães. Chegados ao monte e colocados nas portas restava esperar e aguardar que algum javali por ali aparecesse. Como a batida tinha começado há relativamente pouco tempo vou enviar um SMS ao meu amigalhaço Sousa, a respeito de um cão que me tinham dado para ver se lhe servia, dado que lhe tinha morrido há uns tempos o seu perdigueiro e ele estava desarmado. Amigos nunca façam isto pois a mim serviu-me de exemplo. Não é que o Zé Mota da porta 2 dá um tiro e depois outro e grita: javaliiii!!! Com a nervoseira que dá isto dos porcos e com o telemóvel na mão, arma no chão, aparece pelo meio das folhas de eucalipto e paus de giesta um porco a cem á hora, arma á cara três tiros no porco a cerca de sete ou oito metros e o porco que eu já via pendurado e empiolado vai-se embora sem beliscadura. Sorte malvada, como é que se pode falhar um porco assim. Parafraseando o Tiozindo Mota: Três tiros tão bem dados e vai-se o porco embora! Para responder ao meu amigo Júlio que passou o resto do dia a perguntar-me como é que se falha um porco desta maneira eu respondo-lhe: não se falha, erra-se. O Zé Mota por cima de mim com uma porca bonita estendida e eu erro o porco desta maneira, enfim é assim a caça. O porco veio a morrer mais abaixo abatido pelo João a quem foi prestada a homenagem do baptismo bem como ao Zé Mota por ser a sua estreia em montarias, a eles bem-vindos á família dos Monteiros. Reunidos os cães e saídos os caçadores da mancha deu-se por encerrada esta bonita jornada de caça, não sem antes termos percorrido as ruas da Freguesia tal qual uma procissão em dia de festa, foi bonito e mostra bem o carinho que esta gente tem pela sua terra e pelos seus conterrâneos. Fomos ao almoço que era uma belíssima feijoada regada com bom verde tinto e branco e um belíssimo pão-de-ló para sobremesa, comeu-se, bebeu-se, conversou-se e ficou no final as saudades de um dia bem passado na companhia de boa gente e bons amigos. Fica a vontade de voltar o mais cedo possível. Está combinado para o dia 2 de Maio na largada às perdizes. Obrigado a todos por este dia, parabéns á organização na pessoa do seu presidente Sr. Saraiva, e ao contrário do que diziam os gémeos, talvez não fosse a melhor batida do Norte mas foi sem dúvida uma das melhores e com melhores resultados per-capita do nosso país, isto tudo fruto do bom trabalho desenvolvido por todos, continuem assim. (dedico estas palavras ao Tiozindo Mota que tanto gosta destes convívios e também por ser um grande caçador e o amigo que é)