terça-feira, 2 de outubro de 2012

TEMPORADA AOS COELHOS SETEMBRO DE 2012

Começou de forma tímida a temporada de caça aos coelhos, no mês de Setembro de 2012, incluída no calendário de caça 2012/2013.
De forma tímida e com tempo de Verão no seu melhor, calor e mais calor. Os três primeiros Domingos foram de arrasar, às oito horas da manhã as temperaturas já batiam nos 25 graus, é tempo de praia não de caça. Os cães por muito vício que tenham e estando á muito tempo inactivos não lhes chegava o cheiro ao nariz e a caça também não deixa cheiro no rasto, o campo está completamente seco, até as estevas estão de orelha murcha, não chove á meses e tudo se recente, certamente a caça não andará pelos cabeços, ali nada há para comer, outras paragens se procuram para sobreviver. Também a Mixomatose e a Hemorrágica fizeram das suas, são a pior das pragas, dizimam colónias inteiras de logomorfos, e este ano atacou em força, dos coelhos avistados noutros meses poucos escaparam.
Com alguma chuva no Sábado antes do quarto Domingo de caça, os cães já mostraram algumas habilidades e seguiram os rastos deixados pela coelhada nas deslocações nocturnas, mas logo veio outro inconveniente que é caçar com mato molhado que acaba por dar cabo do nariz aos cães, se não é do cú é das calças, já nada é como antigamente em que se caçava quase toda a temporada de fato de chuva e os cães molhados de manhã á noite, outros tempos, agora caçar exige uma perfeita conciliação de todos os elementos, enfim falta de caça é o que é e contra isso nada a fazer ou então voltar ao antigamente e começar a semear esses campos todos a eito.
Este último Domingo, dia em que escrevo esta crónica, reservou-nos uma agradável surpresa, pois além de os caçadores e cães serem menos apanhou-se mais caça, o tempo aliviou e vem-se provar mais uma vez que calor não é tempo para caçar. Assim e no seguimento destas caçadas eleva-se a moral para a esperada “abertura-geral”, vamos continuar o trabalho até aqui desenvolvido já com os cães com alguma pata, a ver vamos.
Já no que diz respeito aos nossos almoços, tenho a dizer que esses continuam do melhor, com o pessoal a chegar a horas para a paparoca e mesmo com falta de “Chefe” da culinária lá se vão fazendo as opíparas refeições, sempre bem regadas com os tintos da região ou com os brancos adamados que fazem as pessoas cantar á “desgarrada” e até gostar de fado, é uma coisa impressionante, estou mesmo a acreditar que estes fantásticos líquidos dos deuses fazem mesmo falar os mudos e dão vista aos cegos. Respeita-se assim a velha máxima que já vem dos tempos do António Oliveira “ O vinho é que induca e o fado é que instrói”.
Agora depois do desbaste aos coelhos, chega a altura de dar caça á Rainha da Caça Menor, Sua Excelência a Perdiz Vermelha. Embora andando com as reservas em baixo devido aos maus anos de criação que se vem assistindo desde 2009, ainda deverão dar para nos divertirmos durante a nossa temporada que não é muito grande. Também teremos de definir estratégias e arrepiar caminho se queremos ter caça nos anos mais próximos, nem que para isso tenhamos de caçar menos e ajudar as populações de perdizes com artifícios que lhes permitam sobreviver e retomar as populações a níveis estáveis e com números que sustentem a sua caça.
Para terminar e a talhe de foice que a crónica já vai alargada, resta referir que a praga de porcos é demais e vem estragando tudo por onde passa desde luras a ninhos de perdizes, já dizia um amigo e que até á pouco tempo fazia parte da direcção: “- onde houver desta praga dificilmente teremos caça menor, tanto coelhos como perdizes.”
Temos portanto de organizar umas batidas e planear convenientemente a nossa montaria para que o equilíbrio venha a ser reposto. Deixo também o apelo a todos os sócios para que cumpram com o que ficou definido na reunião anual e que prevê haver uma série de batidas às raposas e outros predadores, a presença de todos é fundamental para que se faça uma “limpeza” digna de registo e assim também ajudamos a outra caça a sobreviver sem grandes esforços para que não venham a abandonar definitivamente as terras por estas não lhes serem propicias á sua sobrevivência.
Boas caçadas a todos.
J.R.


















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