A convite de um amigo fomos um grupo bem composto de monteiros amigalhaços para a montaria anual do Monte do Mato em Póvoa e Meadas. Uma montaria que prima por ser feita somente entre pessoas amigas e decorre em ambiente familiar o que é sempre bonito de ver.
Manhã bastante fria mas que foi combatida com uma grande fogueira feita com os restos mortais de uma grande azinheira abatida para o efeito e que bem soube nesta gélida manhã.Feitas as apresentações pelo responsável da caça do monte e distribuidas as portas, passamos ao magnífico taco, digno de muitos hotéis da nossa geografia, sem palavras.
Distribuidos os caçadores por armadas cedo se partiu para o monte. Após uma rápida colocação das portas, as matilhas entraram na mancha e deu-se assim inicio á montaria. Durou a mesma cerca de três horas e foram-se ouvindo uns tiros de tempos a tempos, na minha porta houve uma agitação logo no início mas o porco levou outro rumo. Com o morteiro a dar por finalizada a caçada fomos para o monte aquecermo-nos em volta da fogueira pois o frio nas portas deixa-nos um pouco enregelados. O balanço final ficou abaixo das espectativas quanto ao número de reses cobradas, foi somente abatido um bom macareno que nem por isso deu trabalho aos cães, direi mesmo que os cães a única coisa que fizeram ao porco foi chateá-lo ao ponto de o fazer sair do seu encame levando-o a ser morto numa das portas, mas não sem ter houvido uma boa meia dúzia de tiros que lhe passaram ao lado, talvez os monteiros estivessem distraidos ou não contassem que o porco viesse tão devagar,
porque os cães após o levante deixaram-no sem lhe ladrarem nem sequer correram atrás dele, seria do frio ou do medo do bicho, ainda saberei um dia, mas adiante que o resto fica para histórias. Dizia-se no final que tinham ficado porcos nos silvados mas que os cães não foram capazes de tirar, faltaram os podenguinhos dos coelhos.O almoço estava muito bom sendo um conforto para o estômago neste dia frio de Dezembro, seguiram-se as sobremesas e o café com uma boa aguardente para reconfortar, tudo o que foi servido é feito maioritariamente no monte sendo produtos de primeira e todos os outros são da região o que fica sempre bem e mostra o cuidado que há em receber bem os convidados.
Para os que puderam ficar para a ceia, no meu caso ainda não foi desta vez, quem sabe numa próxima oportunidade, foi anunciada a vinda como também já é hábito nesta casa de amigos, dos fadistas para a grande noite de fados que se prolonga sempre pela noite dentro no conforto de um salão com uma boa lareira, mas reconfortados ainda mais com o calor da amizade dos presentes, a noite será sempre curta pois o que é bom passa depressa.
Obrigado aos que me convidaram para este dia em companhia de amigos e fica a vontade de voltar para mais uma caçada, a todos um bem haja.
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